Post 4 – Glosas em pauta: como identificar, justificar e evitar com segurança técnica?
📅 Semana4 da série #AuditoriaMédicaNaPrática
💥 “A auditoria só serve para cortar.”
Essa frase — injusta e imprecisa — ainda ecoa por muitos corredores hospitalares.
Mas talvez o problema não esteja na glosa em si.
Talvez esteja na forma como ela é aplicada. Ou pior: como ela é comunicada.
📉 Segundo a ANS, glosas indevidas estão entre os principais motivos de reclamações formais de prestadores.
🧠 Afinal, o que é glosa?
📌 Glosa é a recusa total ou parcial do pagamento de um procedimento, evento ou item assistencial, com base em critérios administrativos, técnicos ou contratuais.
🔍 Glosa não é punição.
Tipos mais comuns:
✔ Glosa administrativa
📝 Ocorre por falhas formais: prontuário incompleto, ausência de autorização, erro de guia.
✔ Glosa técnica
⚕ Relaciona-se à inadequação da indicação, uso fora das DUTs da ANS ou ausência de respaldo em evidência científica.
✔ Glosa contratual
📄 Envolve cobrança de itens fora do contrato, materiais não padronizados, duplicidade de lançamentos. Alguns autores definem a glosa contratual como sendo glosa de caráter administrativo.
🏥 Exemplo hospitalar:
🏨 Internação por “dor abdominal” evolui para laparoscopia diagnóstica + apendicectomia.
📝 Guia inicial sem hipótese cirúrgica. Evolução clínica mal registrada.
📑 Cobrança inclui materiais de alto custo não contratualizados.
🎯 Glosa parcial — mas quando a justificativa do auditor não dialoga com o contexto clínico, o atrito é inevitável.
📣 E aqui vai o ponto essencial:
🔄 Quanto menor o total de glosas, mais maduro é o sistema.
Menos glosas não significam conivência. Significam:
✔ Equipes bem treinadas,
✔ Registros clínicos consistentes,
✔ Condutas alinhadas com protocolos,
✔ Auditoria atuando como parceira e não apenas como fiscal.
📊 Em um sistema bem estruturado, a auditoria é preventiva, não punitiva.
Glosa vira exceção — e não rotina.
📢 Defendo um modelo de auditoria técnica, ética e transparente.
Glosa bem feita não é “não”.
É: “não agora”, “não desse jeito” ou “falta base para o sim”.
📌 No próximo post: “Parecer Técnico: o que não pode faltar no seu?”
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🔎 Referências:
Fortes, V. M. M. Auditoria em Saúde. 3ª ed. Guanabara Koogan, 2018.
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Cartilhas sobre glosas indevidas e contratualização.
Lei nº 9.656/1998.
Resolução Normativa nº 465/2021 – ANS.
CFM. Resolução nº 2.217/2018 – Código de Ética Médica.
CNJ. Relatórios sobre judicialização da saúde.