No dia 12 de março de 2025, a SBAM registrou mais um capítulo da série Pioneiros da Auditoria Médica, desta vez com a trajetória do Dr. André de Jesus Roldan Viana.
Formado em Medicina pela Universidade Federal do Ceará em 1994, André Viana é ortopedista e traumatologista (RQE 10682), com área de atuação em Auditoria Médica (RQE 16276). Realizou residência em Ortopedia e Traumatologia no Hospital Universitário Walter Cantídio e especialização em Oncologia Ortopédica pelo Instituto do Câncer do Ceará. Complementou sua formação com um MBA em Administração Hospitalar e de Serviços em Saúde pela Fundação Álvares Penteado, pós-graduação em Medicina do Trabalho pela Universidade Estácio de Sá e especialização em Acupuntura pelo Instituto Médico Brasileiro de Acupuntura, ligado ao Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura. Fora da medicina, cultiva o hábito da leitura e o colecionismo de miniaturas de soldados de chumbo.
Sua atuação em gestão começou em 1999 e, em 2001, ingressou na auditoria médica. Desde então, trabalhou em instituições como Hapvida, Norclínicas Intermédica, Salutis e Amil. Atualmente, atua no Instituto do Câncer do Ceará, na Unimed Fortaleza e ocupa o cargo de Diretor de Auditoria Médica da operadora LIV Saúde.
Ao refletir sobre as funções do auditor médico, André Viana destacou a transformação da área ao longo dos anos. Se antes era vista apenas como um setor de análise de contas e autorizações, hoje a auditoria assume papel de protagonismo na saúde. Ele observa que, com o avanço dos robôs e da Inteligência Artificial, os procedimentos de baixo custo e baixa complexidade têm sido automatizados, permitindo que os auditores se concentrem em atividades mais estratégicas. Entre elas, estão o auxílio técnico em negociações com credenciamentos e fornecedores de OPMEs e medicamentos de alto custo, o relacionamento com prestadores, a orientação ao corpo clínico, a elaboração de protocolos e pareceres e, sobretudo, a aproximação com clientes e parceiros.
Para ele, outro ponto relevante é a atuação junto às equipes multidisciplinares e a interação entre auditores de diferentes especialidades, o que amplia a visão e a efetividade da auditoria. Ele valoriza ainda sua atuação em instituição de ensino, onde participa de ações de aprimoramento de processos com residentes e multiprofissionais, enxergando esse trabalho como um legado para as novas gerações de auditores.
Quando perguntado sobre as maiores dificuldades da atividade, André Viana apontou o relacionamento como um dos principais desafios. Ele observa que muitas vezes surgem desgastes em disputas por acréscimo de procedimentos. Em sua visão, o caminho deveria ser a busca por melhores condições de remuneração, com valorização correta e justa das tabelas de portes, evitando práticas de enxertia.
Sobre a importância da SBAM, ressaltou o papel da entidade como voz ativa da auditoria médica. Para ele, a SBAM possibilita que a categoria seja ouvida e participe de diálogos com conselhos, órgãos reguladores e sociedades de especialidades, sempre de forma técnica e ética.
Por fim, ao projetar os desafios da SBAM, André Viana destacou a necessidade de preparar os associados para trabalharem em conjunto com a Inteligência Artificial, otimizando tempo e recursos. Defende também a realização de fóruns e debates com sociedades de especialidades para construção de consensos, além da relevância do movimento de aproximação com os conselhos na criação de câmaras técnicas, que devem se expandir para todo o país.
Assim, sua história se soma à de tantos outros pioneiros que consolidam a auditoria médica como prática essencial para a qualidade da saúde no Brasil.
